domingo, 14 de novembro de 2010

COMO NASCEU ÁGUA BOA


Água Boa, cujo nome tem origem num ponto de abastecimento de água em um córrego á beira da estrada, foi inicialmente habitada por etnias indígenas hoje desaparecidas como Tsuvá e Marajepéi. Posteriormente índios da etnia Xavante chegaram à região e a habitam até hoje.
Em 1673 a região foi explorada pelo bandeirante Manoel de Campos Bicudo em busca de ouro
A primeira iniciativa governamental de ocupar a região foi a Expedição Roncador-Xingu, através da Fundação Brasil Central, que tinha como um de seus objetivos a procura de um lugar mais seguro para, em caso de necessidade, transferir a capital da República para o interior. A Expedição realizada na década de 40, adentrou o município de Água Boa, seguindo pelo traçado atual da BR-158 do Rio Areões até a região central do município, seguindo para o Garapu até o Rio Culuene.
A Expedição foi responsável pela identificação do Rio Sete de Setembro, bem como da construção de um campo de pouso no Garapu.
Durante as décadas de 50 e 60 a política de ocupação do governo foi a doação de áreas de cerca de 10.000 ha para produtores e empresários do sul e sudeste do país. Grande parte do município de Água Boa ficou sob domínio do Sr. Alfredo Floriano Toneto, fazendeiro no Rio Grande do Sul, e outras pessoas de seu grupo. Nesta época muda-se para o Vau dos Gaúchos, o primeiro morador da região vindo do sul do país, Sr. Paulo Jacob Thoma, que aqui chegou em 15 de Setembro de 1958. A partir do final da década de 60 o governo passa a incentivar a vinda de grandes empresas, ocasião em que se instalam na região as Fazendas Suia-Missú, Brasil, Guanabara, Saudade, Taquaral, Alvorada, Bonança, Cedro, Santa Maria entre outras.
Em 1970 é realizado o primeiro projeto
COMAGRA - Comercial Agrícola e Colonizadora Ltda, constituída pêlos sócios Ernesto Martinho da Cruz, Floriano Toneto de colonização no município, na localidade denominada Váu dos Gaúchos, através da e Paulo Juarez Pereira, com o apoio de Olmeri Barcelos de Carvalho.
Devido aos problemas fundiários existentes no sul do país, produtores da região de Tenente Portela - RS, se organizam, sob a liderança de Norberto Schwantes, através da COPERCOL - Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda, para colonizar terras no Mato Grosso, o que teve início em 1972 com o projeto de colonização Canarana I. Estes projetos tinham amplo apoio do governo através dos financiamentos do PROTERRA e POLOCENTRO.
Em 1974 a COPERCOL realiza o primeiro projeto de colonização no município de Água Boa, o Garapu I, e em 1975 são implantados os projetos Água Boa I e Água Boa II, cuja agrovila formada junto com o projeto é a atual sede do município. Boa parte dos colonos destes dois projetos vieram da região do município de Não Me Toque - RS.. Posteriormente vieram os projetos Areões, Serra Dourada, Água Boa III, estes dois últimos já sob realização da CONAGRO (empresa criada por Norberto Schwantes para realizar a colonização) e outros projetos particulares como o Jaraguá, Visão e Princesa.

A partir da colonização a principal atividade econômica do município passa a ser a cultura do arroz, cultivada pelos colonos dos projetos. Para auxiliar o processo produtivo foi criada a COOPERCANA - Cooperativa Agropecuária Mista Canarana Ltda que embora sendo uma iniciativa dos colonos de Água Boa passa a atuar em toda a região. Esta primeira fase é de muitos sacrifícios, devido as dificuldades de estradas, comunicação, habitação, saúde, etc.
Em 26 de dezembro de 1979 é promulgada a Lei n° 4.166 à categoria que eleva Água Boa, até então distrito de Barra do Garças de município.
A partir do início dos anos 80, com a descoberta de jazidas de calcário no município vizinho Cocalinho, tem início o cultivo da soja e também a expansão da cultura do arroz. Neste período também se implantou grande parte da infra-estrutura básica do município, como asfalto na BR-158, telefone, armazéns, escolas, prédios públicos, etc. Foi um período de grande importância para o município.
No final da década de 80 e início dos anos noventa tem início um processo de ocupação de áreas por posseiros e que logo foi regularizada pelo INCRA, as áreas formaram as comunidades de Serrinha, Jatobazinho, Borecaia e Santa Maria. As comunidades mudou o perfil populacional e fundiário do município, que até então era formado basicamente por sulistas, e passa a contar com nordestinos, goianos, mineiros, etc.
O ano de 1989 é marcado pelo início da crise. Os planos econômicos atingem em cheio a agricultura, principalmente a cultura da soja, através de interferências no preço dos produtos e no juro bancário. Com isto e endividamento aumenta, muitos produtores vendem as suas terras, viram posseiros ou voltam para o sul, a área plantada diminui e a economia municipal entra em recessão. Em meio e esta crise, afloram os problemas administrativos da Coopercana, que entra em regime pré-falimentar.
Nesta época começa a haver um afluxo de paulistas para o município, atraídos pela imagem da cidade e pelas terras baratas para o criação de gado. A pecuária passa então a ser uma das atividades mais importantes do município, pois alem dos paulistas muitos colonos deixam de plantar para criar gado. Água Boa passa a ser o município com o maior rebanho bovino do Vale do Araguaia.
A partir do início deste século com a melhoria dos preços da soja a agricultura passa a ter acelerado crescimento e ser bastante representativa na economia do município. Água Boa destaca-se como referência em comercialização de bovinos com o maior leilão de gado do mundo, da Estância Bahia. A 3º maior Festa do Peão ( Expovale ) do estado. Consolida-se como Pólo Regional no Vale do Araguaia, com das a implantação regionais de vários órgãos públicos:
(Sine, Pólo Regional de Saúde, Justiça do Trabalho, Educação, Centro de Atendimento ao Eleitor, Comando das Polícias Militar e Civil, Funai, Hospital Regional através do Consórcio Intermunicipal de Saúde e desenvolvimento do comércio e prestação de serviços, que atendem a toda a região e muito mais.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A ESPOSA SURDA

Um homem telefona ao médico para marcar uma consulta para a sua mulher. A atendente pergunta:
- Qual o problema de sua esposa?
- Surdez! Não ouve quase nada.
- Então, o senhor vai fazer o seguinte: antes de trazê-la fará um teste, para facilitar o diagnóstico do médico. Sem que ela esteja olhando, o senhor, a uma certa distância, falará em tom normal, até que perceba a que distância ela consegue ouví-lo. Então, quando vier, dirá ao médico a que distância o senhor estava quando ela o ouviu.. Certo? - Está certo.
À noite, enquanto a mulher preparava o jantar, o senhor decidiu fazer o teste. Mediu a distância que estava em relação à mulher. E pensou: Estou a 10 metros de distância. Vai ser agora!
- Júlia, o que temos para o jantar? Nada. Silêncio. Aproxima-se a 5 metros
- Júlia, o que temos para jantar? Nada. Silêncio. Fica a 3 metros de distância:
- Júlia, o que temos para o jantar? Silêncio. Por fim, encosta-se às costas da mulher e volta a perguntar:
- Júlia! O que temos para o jantar?
- Frango! É a quarta vez que eu respondo!
NORMALMENTE,
NA VIDA, PENSAMOS QUE AS DEFICIÊNCIAS SÃO DOS OUTROS E NÃO NOSSAS.
Vamos reparar melhor em nós mesmos!!!!!!

CARTA DE UM FILHO ESPECIAL PARA A MÃE

Num raro momento de felicidade, retomei a consciência e por alguns instantes libertei-me do corpo. Livre dos embaraços físicos, pedi a Deus a oportunidade de comunicar-me contigo.
Sei o quanto sofres ao ver-me no corpo excepcional onde me abrigo como filho do teu coração por isso quis falar te:
Saiba mãezinha querida, antes de receber-me carinhosamente em teu ventre eu era apenas um náufrago nos mares espirituais do sofrimento. Tu fostes a praia que me acolheu e devolveu-me a segurança. Não penses que se eu tivesse morrido ao nascer teria sido melhor para nós dois; é um engano cruel, pois o que mais importa para mim é viver.
O teu amor á a força que pode prolongar-me a vida. O corpo disforme que hoje sustenta-me a vida, representa para mim um tesouro de bênçãos onde reeduco meu espírito aprendendo a valorizar a vida que tantas vezes desprezei.
Sei que tu sofres por eu não poder dar alegrias de uma criança sadia, porém reconforta-me saber que para as mães como tu, Deus reserva as alegrias celestiais.
Ser mãe é missão natural das mulheres. Ser mãe de alguém como eu, é missão que Deus só entrega a mulheres como tu.
Vou retornar ao corpo, assim como uma ave que retorna ao ninho onde se abriga das tempestades, mas antes rogo a Deus que te abençoe colocando nesta rogativa a força de gratidão de um filho que teve a felicidade de ter um anjo como mãe.

Como Deus escolhe a mãe de uma criança deficiente

DEUS ESCOLHE...
A maior parte das mães de hoje em dia tornam-se mães por acidentes, outras por escolhas próprias, outras por pressão social, outras por hábito.
Esse ano quase 100 mil mulheres se tornarão mães de crianças deficientes.
Você alguma vez já pensou como as mães dos deficientes são escolhidas?
Eu já. Uma vez visualizei Deus pairando sobre a Terra selecionando o seu instrumento de propagação com grande carinho e compassivamente.
Enquanto Ele observava, Ele instruía seus anjos a tomarem nota em um grande livro.
Para Beth, um menino, anjo da guarda Matheus.
Para Maria, uma menina, anjo da guarda Cecília.
Para Carmem, gêmeos, anjo da guarda, mande o Gerard ele está acostumado com a profanidade.
Finalmente ele passa um nome para um anjo sorri e diz:
Dê a ela uma criança deficiente.
O anjo cheio de curiosidade pergunta:
- Por que a ela senhor? Ela é tão alegre...
- Exatamente por isso. Como eu poderia dar uma criança deficiente para uma mãe que não soubesse o valor de um sorriso? Seria cruel.
- Mas será que ela terá paciência?
- Eu não quero que ela tenha muita paciência porque aí ela com certeza se afogará no mar da auto-piedade e desespero. Logo que o choque e o ressentimento passar, ela saberá como se conduzir.
- Senhor, eu estava observando hoje. Ela tem aquele forte sentimento de independência. Ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não vai ser fácil. E além do mais Senhor, eu acho que ela nem acredita na sua existência.
Deus sorri.
- Não tem importância. Eu posso dar um jeito nisso. Ela é perfeita. Ela possui o egoísmo no ponto certo.
O anjo engasgou.
- Egoísmo? E isso ainda é por acaso uma virtude?
- Deus acenou um sim e acrescentou:
- Se ela não conseguir se separar da criança de vez em quando, ela não sobreviverá. Sim, essa é uma das mulheres que eu abençoarei com uma criança menos perfeita. Ela ainda não faz idéia, mas ela será também muito invejada. Sabe, ela nunca irá admitir uma palavra não dita; ela nunca irá considerar um passo adiante, uma coisa comum. Quando ela descrever uma árvore ou um pôr do sol para seu filho, ela explicará como poucos já conseguiram. Eu a permitirei ver claramente coisas como ignorância, crueldade, preconceito e a ajudarei a superar a tudo. Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao seu lado cada minuto de sua vida, porque ela está trabalhando junto comigo.

sábado, 16 de outubro de 2010

A VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR É FATOR DECISIVO PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE!


Vamos levantar uma bandeira em prol da educação de qualidade. Pois, que a educação no nosso País está tão bem, não é novidade. Aliás, essa é uma informação recorrente nos meios de comunicação. Principalmente, quando os dados de alguns índices de avaliação são divulgados. Isso é real.
O que não é real é o fato de apontarem o professor como o único e principal responsável por essa situação. Quando, na realidade, ele é um entre tantos outros responsáveis pela educação, inclusive, o Governo e os pais. Isso mesmo, ele é um dos profissionais que atua na escola, mas não o único.
Outro fator agravante é o fato de aceitarem que educação seja “doação”. Até mesmo o professor “inconscientemente” age desse modo. Pois, quando alguém pergunta a ele o que faz, o mesmo responde: “dou aula”.
Quando me refiro à valorização do professor, não faço uma cobrança unilateral, apenas ao Governo, à Secretaria de Educação ou ao MEC. Cobro também a valorização pessoal do professor. É preciso que ele tenha orgulho do que faz, é preciso sentir-se importante em sua tarefa, que é educar. Para isso, em primeiro lugar, o professor precisa parar de se sentir o “coitadinho” e ir à luta! Até porque quem trabalha na educação já é um “Herói”.
Vocês sabem qual é a rotina de um professor? Não? Pois, todos deveriam conhecer a desgastante rotina de quem trabalha com educação, ainda mais no Brasil. Falar horas seguidas, trabalhar em pé e ter “jogo de cintura” para lidar com alunos problemáticos são desafios que exigem bastante do físico e do psicológico. E, cedo ou tarde, as más condições de trabalho resultam em problemas que comprometem a eficiência do profissional.
Conforme dados consultados, o número de professores que ficam doentes a cada ano é assustador e, em função disso, milhares de faltas são abonadas uma vez que foram acarretadas em função de problemas de saúde. E, nisso, os pais também têm uma grande responsabilidade. Conheço alguns que dão graças a Deus quando mandam os filhos para a escola, pois nem eles aguentam. Sem falar que não dão o mínimo de educação para seus filhos em casa. Como pode? Lembre-se que educação vem de berço.
As tarefas ficariam mais equilibradas se cada uma das partes desempenhasse bem o seu papel: os pais educam e os professores ensinam. Embora, a grande maioria acha que as tarefas são as mesmas, mas não são.
Como essas tarefas não estão equilibradas, o professor na maioria das vezes tem que se desdobrar para ensinar e fazer o papel de pai, mãe, assistente social, psicólogo, malabarista, etc., e, em função disso, é comum encontrarmos professores estressados, mal humorados, de mal com a vida, sem paciência com os alunos.
Não se assustem, agora, pelos menos, temos um nome “chique” para isso, esses sintomas fazem parte da síndrome de Burnout (já que no passado, dizia-se do professor que apresentasse esses sintomas que ele estava “tãn tãn” e, recentemente, que “pirô o cabeção”).
Melhor esclarecendo, a síndrome de Burnout caracteriza-se por uma excessiva exaustão física e emocional, começa com um sentimento de desconforto que aumenta, enquanto a vontade de lecionar diminui. Burnout pode ser traduzido como queimar, pifar. O principal causador da síndrome de Burnout é o estresse. E o professor tem motivos de sobra para ficar estressado. Você acha que não? Então, troque de lugar com ele
apenas por um dia e depois você me fala.
portanto somos nós, governo, sociedade e os pais, que sáo os verdadeiros responsáveis pela educação do país. Vamos levantar a bandeira em prol da educação de qualidade, pois, caso contrário, a síndrome de Burnout, continuará a fazer vítimas.


domingo, 18 de abril de 2010

História de Iporá Goiás


Iporá teve sua origem, oficialmente, na fundação do arraial de Pilões, na margem direita do Arraial de Pilões e do Rio Claro, em 1748. Nessa ocasião, não passava de uma guarnição militar dos dragões (política real portuguesa), que sediava a empresa de exploração de diamantes, locada pelos irmãos Felisberto e Joaquim Caldeira Brant, empresários paulistas que já mineravam em Goiás desde 1735, nas lavras de ouro. Começou com a construção de uma bela igreja em estilo colonial, sede da Paróquia do Senhor Jesus do Bom Fim, do Quartel da Guarda Real e de alguns casarões, além de um monte de ranchos de garimpeiros.
Nessa época, Pilões teve seus dias de glória. Ficou conhecido até pela
Corte em Lisboa, onde ainda hoje estão guardados muitos de seus documentos nos Arquivos Históricos de Torre do Tombo. Pilões foi também sede do governo itinerante do Governador da Capitania de São Paulo, Gomes Freire de Andrade, durante o final de 1748 e início de 1749, quando veio demarcar as frentes de serviços para os Brant e desmembrar Goiás de São Paulo, elevando-o a Capitania autônoma. Por isso, ocorre ainda hoje a tradição popular de que Pilões fora capital de Goiás antes de Vila Boa de Goiás (Goiás Velha) ter sido a capital a partir de 1749.
Depois desse primeiro momento das explorações dos diamantes, Pilões passou a ser um entreposto comercial entre Vila Boa de Goiás e Cuiabá. Já no Império, por Decreto provincial de 5 de julho de 1833, foi elevado a Distrito de Vila Boa, com nome de Rio Claro, e a igreja teve o nome mudado para Paróquia de N. S. do Rosário (e continua até hoje em Iporá). O povoado permaneceu como Rio Claro até ser transferido para as margens do córrego Tamanduá, pelo Decreto-lei 557, de 30 de março de 1938, com o novo nome de Itajubá, oficializado pelo Decreto-lei 1.233, de 31 de outubro do mesmo ano, e posteriormente rebatizado por Iporá (Águas Claras, em linguagem indígena), Iporá desenvolveu rapidamente. Dez anos após a mudança, o povoado passou a ser
Distrito de Goiás Velha em 19 de novembro de 1948, tendo o Prefeito nomeado, o Ten. Luiz Alves de Carvalho, em 1 de janeiro de 1949 e que administrou a cidade até o dia 16 de março do mesmo ano, data em que foi empossado o primeiro Prefeito eleito, Israel de Amorim e ainda os sete Vereadores da primeira legislatura municipal, Antônio Mendes da Silva. Desde então, Iporá continua com sua vida de cidade emancipada, sempre progredindo, a cada dia se firmando como pólo econômico, sociocultural e político do oeste goiano. Desde 1949, Iporá teve quinze Prefeitos. Em 2001, Iron Alves Guimarães foi eleito prefeito de Iporá, mas no dia 3 de setembro de 2003, seu mandato foi cassado, foi empossado o vice-prefeito Valdion Januário Marques. Mac Mahoen Távora Diniz eleito novamente assumiu em 2006/2008.
Iporá, cidade “histórica”, cidade da saudade, das lembranças e dos sonhos.
Iporá mesmo sem ter crescido com você, ou convivido dentro de você, me emociono ao lembrar de você, afinal sou filha de Iporá.
Sua história é linda!

domingo, 21 de março de 2010

O QUE É LETRAMENTO?

Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado.
Não é treinamento repetitivo de habilidades, nem um martelo quebrando blocos de gramática.
Letramento é diversão, é leitura à luz de velas ou lá fora, à luz do sol.
Letramento são notícias sobre o presidente.
Sobre o tempo, os artistas da TV ou mesmo da Mônica e Cebolinhanos nos jornais de domingo.
É uma receita de biscoito, uma lista de compras, recados colados na geladeira, um bilhete de amor, telegramas de parabéns e cartas de velhos amigos.
É viajar para países desconhecidos, sem deixar sua cama, é rir e chorar com personagens, heróis e grandes amigos.
É um atlas do mundo, sinais de trânsito, caças ao tesouro, manuais, instruções, guias e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido.
Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser.
Escrita por uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, que definiu letramento, como poema e ADAPTADA por mim.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"É preciso ser surdo para entender..."

Como é “ouvir” uma mão?
Você precisa ser surdo para entender!
O que é ser uma criança/aluno na escola, numa sala sem som
com um professor que fala, fala e, então quando ele vem perto de você
ele espera que você saiba o que ele disse?
Você precisa ser surdo para entender!
Ou o professor que pensa que para torná-lo inteligente
deve, primeiro, aprender como falar em voz,
oralmente,
assim não precisa das mãos porque elas nunca arrancará nenhum som
ou algo indistinto assemelhado ao som?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ser curioso, na ânsia por conhecimento próprio
com um desejo interno que está em chamas e você pede a um irmão, irmã, amigo ou professor
que respondendo lhe diz:
“Não importa” “Não é nada”!
Você precisa ser surdo para entender!
Como é estar de castigo num canto
embora não tenha feito realmente nada de errado,
a não ser, tentar fazer uso das mãos para
comunicar a um colega
silenciosamente um pensamento que vem, de repente,
a sua mente?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ter alguém ao seu lado para conversar
pensando que ele irá ajudá-lo a sanar suas dificuldades,
mas o não entender das palavras, da comunicação,
torna a conversa menos clara e você não pega o fio da meada?
Você precisa ser surdo para entender!
Se você soubesse como é ruim quando riem na sua face
quando você tenta repetir o que foi dito somente para estar seguro que você entendeu
para mostrar que mesmo sendo surdo, você consegue "falar",claro, com as mãos.
E você quer gritar alto:
“Por favor, me ajude, amigo!
Mas, ao seu lado não há ninguém que sabe falar com as mãos.
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ter que depender de alguém.
Alguém que pode ouvir, para telefonar a um amigo
ou marcar um encontro de negócios e ser “forçado” a repetir o que é pessoal
e, então, descobrir que seu recado não foi bem transmitido?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ser surdo e sozinho, em companhia dos que podem ouvir e
você somente tentando
adivinhar pois ao seu redor,
não há ninguém com mãos milagrosas
e a você, só resta tentar acompanhar?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é estar na estrada da vida
Tentando acompanhar cada volta que a estrada dá e,
encontrar com um estranho que fala alto e a passos rápidos e você não pode entendê-lo,
pois ele não viu que você só fala com as mãos
Como é difícil caminhar juntos.
Você precisa ser surdo para entender!
Como é bom compreender uma cena que faz você sorrir
e sentir-se sereno com as “palavras faladas” com “mãos em movimentos”
que torna você parte deste mundo tão amplo em conhecimentos?
Você precisa ser surdo para entender!

Escrito por: Divina P. Araújo
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